13.9.08

Lembrança de Cristo


A plumagem aqui chegou rastreando o solo
Enquanto as árvores nuas se expõem ao sol.

As rachas duras
no chão marcam as linhas das ruas
do céu que de tão azul já não é mais cinza...

Os pássaros enlouquecidos por assovios errantes voam no carrossel dos ares embevecidos pelo vento em liberdade.

A terra vermelha em rodamoinhos força às folhas ao olho do furacão
De tempo, de pó, de poesia...

A poeira gruda nos pés calçados em sonhos
Deixando à frente do mundo os rastros dos passos mudos.

E por onde quer que se passe
Tem-se a língua amarga mingua
E os lábios sedentos por ter amor agridoce

(por Natássia Garcia)
foto de Sebastião Salgado

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