14.9.08

Uma poesia de quem não sabe I




um fim de noite não muito amável
e uma pequena (pequenininha) mulher acuada por não saber dizer



talvez...

porque...

não sei...

uma gota de orvalho escorrega leve e lentamente...
um cronômetro conta o tempo na televisão...
um homem numa foto corre para lugar algum...
um pé sem meia adormece ao relento...
uma parte do meu corpo lateja...

meus olhos estão arranhados
cansados

vermelhos

dedos que não param o tempo
dedos que tenho ao sentir
ir...
dormir...
calar a escuridão da noite bárbara...

... hoje... esperando acordar amanhã...

... até amanhã...



(por Natássia Garcia)

Escrito em 23/05/2005


Foto de Raphael Bubeck Carvalho

Um comentário:

Leo disse...

Entre as palavras... um olhar que reconheço e uma linguagem que admiro!! Feliz tempo que madura e transforma o bom em melhor... Adorei esse!!