14.9.08

O beijo


Ontem encontrei gosto alegre
toque mais frágil... su(ave)...

Som ritmado de risada levemente infantil
ao passo de sorrisos maliciosos.
Céu de boca largo
Grandes lábios em meio aos dentes
Suspiros espasmódicos contentes.
Lago de olhos profundos
vidrados em qualquer tempo de música (in)terna...

Pausadamente olhando de lado vejo negra penugem na nuca de cheiro doce.
Acalento os cabelos por ora revoltos sempre perdidos na cor negra do espaço.

Num movimento lento alento de entrelaço da língua leve na boca macia e tenra.

Solfeja misterioso encanto de hoje e transforma paixão em chama branda ... provoca ardente sol... exalta pulsos... colore vermelha face... sapecas bochechas... dilata pupilas...
Menina dos olhos que risca fósforo
lança ao vento e acende tudo aquilo que trisca.

Na magia do dia: beijo sai faísca
No sonho da noite: febre vira brisa
Na aurora amor se confunde em bruma

Da janela vejo: desnudamento

E atrás do olhar em que nos encontramos
(presentes)
experimentamos arriscar-nos no fogo como quem sinceramente sente.


(por Natássia Garcia)

Escrito em 14 de dezembro de 2006

Quadro de Gustav Klimt "O beijo"

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