5.4.13

Palavras a uma mulher

(Por Natássia Garcia, Escrita em: 26/08/2008)


 
A imagem à força de um sopro.

Hálito abrupto de vento trai a esperança.

Se permitir sentir, contudo, a corrente dele é o próprio corpo.

No olho do furacão só podemos confiar na desordem. Mas afinal, não seria este o melhor lugar para lançarmos nossos órgãos no tempo-espaço e num giro violento debruçarmos sobre a freqüência da liberdade?

Na vida,

O próprio crescimento parece depender

da virilidade;

da objetivação;

do risco que objetos duros trazem e como se tratam as rupturas.

O aprendizado passa pelo “livro dos prazeres” provocando cortes de profundo amor e deslocamentos das certezas em dúvidas corrosivas... Deixar a carne trêmula, além das marcas de apropriação e desempenho dos dentes nos seios. Em si a dor.

Em conforto: permanecem atentos os encontros de almas nos olhos marejados d’água.

Em confronto: a derrisão.

Ninguém é tão duro que não se quebre... Ninguém é tão frágil que não se fortaleça.

Porque, enfim, há poesia.

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